quinta-feira, 4 de outubro de 2007

"Pra não dizer que não falei de flores"

Não tenho por hábito escrever sobre o aspecto mais ou menos desleixado dos espaços públicos em Portugal - e Estremoz não é excepção. Trata-se de algo tão evidente que não precisa de grandes referências. Toda a gente fala disso.

Mas certos ângulos de visão evidenciam contrastes tão flagrantes quanto dolorosos. Atente-se nesta foto (clique nela para ampliar):

- No topo domina o castelo e o casario em volta, enxameado de antenas de televisão.

- Em baixo, no terreiro do Rossio, ao lado de barracas feitas de chapa ondulada, cresce um poste donde partem fios eléctricos a eito, em todas as direcções. Dependuradas, como jacas nascendo do tronco, numerosas caixas metálicas, prenhes de funcionalidade. E, quais cerejas no topo do bolo, grossos rolos de fio negro esperam ainda vir a ser úteis.

Pode ser que tudo isto esteja certo. Sou leigo em instalações eléctricas. Pode ser apenas esquisitice minha. Só não entendo porque não encontro disto quando viajo por França, Itália ou Alemanha. Só não percebo porque, estranhamente, tudo isto me faz lembrar o Brasil, Angola ou Moçambique.