segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Para onde deve crescer Estremoz?

O recente chumbo do traçado do IP2- variante a Estremoz deveu-se, no essencial, à incorrecta escolha do corredor, que atravessava a zona mais preservada da região e a mais rica em termos agro-económicos (vinha, olival, montado).

Se tivesse sido aprovado o traçado proposto pelas Estradas de Portugal o seu efeito imediato seria o de produzir um "boom" de construção que, a curto prazo, induziria a expansão acelerada da cidade para norte, em torno da rotunda de saída da variante, projectada para se situar entre o cruzamento para a Zona industrial e o cruzamento para a Frandina. "Boom" de construção que potenciaria ainda mais a destruição dos valores económicos e ambientais que a decisão governamental pretendeu acautelar.

Ora tudo está a acontecer como se o traçado da variante rejeitado pelo Ministério do Ambiente tivesse sido aprovado.

A construção do supermercado vai de vento em popa, não tarda é inaugurado. A via sofreu um alargamento generoso. E parece que os proprietários afectados pelo alargamento da via não estão nada aborrecidos em face das prometidas contrapartidas. Aproveitaram-se as obras (e muito bem!) para instalar novas infraestruturas de saneamento.

Que mais obras estarão para aparecer?

Parece agora evidente que o traçado recentemente chumbado trazia agarrado a si um conjunto de iniciativas altamente lucrativas, nomeadamente para todos aqueles que espreitam a oportunidade de realizar a apropriação privada das mais valias criadas pelos actos administrativos de licenciamento e autorização de construção através de processos de desafectação visando a produção de solo urbano.

Veremos se isto terá a ver com os famosos "compromissos" assumidos (mas nunca revelados) que impediam a consideração da alternativa da variante a Estremoz pelo lado nascente, em vez de poente.