
O campo de lavra estava dividido em seis pisos, onde o desmonte era feito pelo sistema de degraus invertidos com enchimento de vazios.
Laborou durante cerca de 20 anos. Até 1894 foram exportadas cerca de 2.000 toneladas.
Durante todo o século xx permaneceu sem quaisquer trabalhos de recuperação ambiental, exibindo os resíduos mineiros a céu aberto, que em certos casos foram mesmo aproveitados como materiais de pavimentação.
Estudos levados a cabo pelo Instituto Geológico e Mineiro em 1997 permitiram a recolha de alguns dados geoquímicos nos sedimentos de linhas de água e aluviões colhidos na área de influência da mina da Mostardeira, tendo em vista uma avaliação preliminar da contaminação química produzida no ambiente a partir dos trabalhos mineiros. Os resultados obtidos apontaram para uma situação de risco ambiental potencial.
Trabalhos realizados pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa em 2004 a pedido da Câmara Municipal de Estremoz confirmaram a presença dos elementos da associação cobre-arsénio em concentração anómala nas linhas de água imediatamente a jusante da mina.
Qualquer utilização futura de terrenos afectados por trabalhos mineiros, que faculte a exposição a substâncias perigosas, deve ser objecto de uma avaliação do risco para a saúde humana e para o ambiente. E, logicamente, deve dar lugar à execução de trabalhos de requalificação ambiental, que permitam dar um novo uso adequado, e seguro, aos terrenos recuperados.
Numa situação como a que ocorre na mina da Mostardeira, e que se repete em centenas de locais por esse país fora, que não permite a aplicação do princípio do poluidor-pagador (pois esse desapareceu há muito), cabe ao Estado encontrar a solução – inclusive financeira - que permita efectuar a avaliação da contaminação e os trabalhos de remediação compatíveis com o nível de descontaminação requerido para o efeito.
Foto de Luis Martins