terça-feira, 21 de agosto de 2007

Porque "o essencial é invisível aos olhos"

O que leva uma pessoa (um empreiteiro da construção civil? um biscateiro? alguém que faz obras na casa por conta própria?) a livrar-se dos entulhos, atirando-os por um talude abaixo?

Em pleno centro histórico de Estremoz? Junto às muralhas do castelo?

A ignorância? (alguém o educou?) O sentimento de impunidade? ("onde está a polícia"?) A falta de locais para vazadouro? (e iriam lá pôr os entulhos, se tivessem que pagar?)

Tudo isto é, apenas, e infelizmente, uma parte da verdade. Mas há outra mais profunda, talvez. É que, vendo bem, toda a gente convive razoavelmente com isto. Os vizinhos já se habituaram (ou fazem o mesmo?) e quem passa, e não gosta, vira a cara para o lado...

Ah, pois, os turistas! Isto é mau para o turismo... Um dia as autoridades locais irão providenciar a limpeza desse local, porão uma tabuleta a avisar que é proibido deitar lixo e, talvez até afixem o valor da coima...

Mas "o essencial é invisível aos olhos". A atitude grosseira prevalecerá como erva daninha, os comportamentos incivilizados manter-se-ão, irredutíveis, enquanto não se investir na formação em cidadania e na educação ambiental, porque, como dizia Luisa Schmidt, "a única coisa capaz de garantir o futuro a médio e longo prazo são os hábitos e não as leis".