Ao colher mais alguns morangos da minha horta dei-me a pensar no tempo que faz.
Verão de S. Martinho, dirão alguns.
Não chove há mais de um mês. A terra está ressequida. Esboroa-se a golpes de enxada, espalhando a poeira de Agosto.
Veio-me à memória as enxurradas de Novembro de 1997. Dos mortos na Funcheira, no Carregueiro, em Garvão. Dos mais de 100 litros por metro quadrado caídos entre as 9 horas de 5 de Novembro e as 9 horas de 6 de Novembro. Dos mais de 4.000 metros cúbicos por segundo do caudal do Guadiana à entrada de Portugal.
É assim que estamos: divididos entre extremos. À mingua, mas receosos da fartura.